Tomar
 
 
Os dois andares do claustro da Lavagem, erguidos no ...
 

Quadrado, como o do Cemitério, mas de maiores dimensões, o claustro da Lavagem apresenta outra diferença muito importante, tem dois andares. Foto 1

A torre-igreja (Charola) ficava num dos dois montes que havia dentro do castelo. Ligado a ela, e ainda ao mesmo nível, O Infante D. Henrique construiu o claustro do Cemitério. Foto 2, Foto 3 Depois, ao lado, ergueu o da Lavagem, que tem dois pisos para poder acompanhar a inclinação do monte. Em Portugal, foi um dos primeiros claustros de dois andares a ser construído. Foto 4, Foto 5, Foto 6

Um olhar mais atento deixa ver que os dois pisos não são iguais. O inferior é muito mais pobre, a decoração quase não existe. Era aqui que se instalavam os criados e onde funcionavam instalações como a cozinha ou as oficinas. O meio do pátio é ocupado pelo poço da cisterna, rodeado de quatro tanques.Foto 7, Foto 8

Neste piso estão depositadas muitas peças arqueológicas, recolhidas em escavações realizadas na cidade, mas a maior parte veio do adro da igreja de Santa Maria do Olival. Foto 9, Foto 10

O piso superior é muito mais rico. Os arcos em ogiva são suportados por pares de ricas colunas e capitéis ricamente trabalhados, tal como se vê no vizinho claustro do Cemitério. Foto 11, Foto 12, Era neste andar que ficavam os cavaleiros e freires da Ordem de Cristo. O espaço, hoje livre, era ocupado por várias divisões que lhes serviam de alojamento. Foto 13

O Infante era um homem profundamente religioso e pensava, quando tomou o governo da Ordem de Cristo, que os frades passavam mais tempo na Vila do que no Convento. Foto 14

D. Henrique conseguiu do Papa a mudança de algumas regras na Ordem, ergueu os claustros para os frades e um paço para si, o Paço do Infante. Foto 15, Foto 16 A vizinhança entre o paço e o claustro era completa, de tal maneira que havia várias passagens entre a casa do Infante para o claustro dos religiosos. Foto 17, Foto 18 A mais curiosa é a que nos leva do claustro ao 1º andar do Paço do Infante… por dentro da muralha do castelo! Vamos entrar? Foto 19, Foto 20, Foto 21, Foto 22, Foto 23, Foto 24

Depois da extinção das ordens religiosas, no século XIX (1834), os bens da Ordem de Cristo foram vendidos, em leilão, pelo Estado. A Mata e parte do Convento foram compradas (1837) por Costa Cabral, Ministro do Reino e Conde de Tomar. Foto 25

Durante este período, boa parte do castelo/convento entrou num estado de abandono. Foto 26 Foi esse o caso do claustro da Lavagem. Em 1929, ainda escrevia assim o historiador tomarense Vieira Guimarães: «Compunha-se de galerias duplas (2 pisos), por causa do desnível do terreno. Estão derruídas as superiores e as inferiores ainda restam intactas (…) os (arcos) superiores eram trabalhados com riqueza, segundo demonstram as suas pedras.» A imagem mostra-nos como Vieira Guimarães terá visto o claustro, em 1929. Foto 27

Nos anos 40 do século XX vai fazer-se a recuperação do claustro da Lavagem. Foram então aproveitados, entre as ruínas, as colunas e capitéis trabalhados de que nos falava Vieira Guimarães e que podemos admirar ainda. Foto 28, Foto 29, Foto 30, Foto 31, Foto 32, Foto 33.

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