Por baixo do óculo está a figura mais enigmática de toda a fachada. Representa uma Harpia, figura fantástica, com cabeça humana e corpo de ave. Foto 1

Estes seres surgem na lenda do Velo ou Tosão de Ouro, um episódio da mitologia grega, já contado no século VIII a. C.. Vamos conhecer alguns pormenores da lenda. Foto 2, Foto 3, Foto 4, Foto 5, Foto 6

Mas que ligação tem com a fachada poente esta antiquíssima história, contando as aventuras dos argonautas, os primeiros navegadores europeus? Vamos ver a Harpia mais de perto. Foto 7, Foto 8, Foto 9, Foto 10, Foto 11, Foto 12, Foto 13, Foto 14

Não foi apenas Diogo de Arruda, na fachada poente, que contou a história dos argonautas, o tema foi continuado por outros artistas, noutras partes da igreja. Na nova entrada do templo, João de Castilho representa dois argonautas. Foto 15, Foto 16, Foto 17, Foto 18

No interior, na abóbada da Charola, foi pintado um argonauta segurando a esfera armilar, o emblema pessoal do rei. Foto 19, Foto 20, Foto 21, Foto 22, Foto 23

Todas estas referências à procura do Velo de Ouro, apesar de serem obra de artistas diferentes, em variados pontos do templo, foram mandadas executar por D. Manuel. Isto mostra bem a intenção do rei em identificar a nova igreja com o Argo, o barco que conseguiu chegar ao impossível.