A igreja de S. João Baptista ganhou o aspecto que hoje lhe conhecemos, entre finais do século XV e princípio do XVI. Apesar disso, o seu modelo de três naves é copiado de Santa Maria do Olival, bem mais antiga, construída a meio do século XIII. Foto 360º, Foto 1, Foto 2

À primeira vista, São João parece ter um aspecto diferente de Santa Maria. Isto acontece por causa da platibanda que foi construída para colocar a imagem de S. Jorge num campo de flores-de-lis. Se vires as coisas de outro ângulo, percebes que a realidade é bem diferente. Foto 3, Foto 4, Foto 5

O portal da igreja de S. João é um belo exemplo do estilo gótico flamejante. Foto 6, Foto 7, Foto 8

Um olhar mais atento permite descobrir no portal todo um mundo de pormenores relacionados com a Natureza e com os campos na época do Verão, quando se festeja o S. João (Verão a 21 de Junho, São João a 24). Procura com atenção e vais encontrar alguns destes motivos também no púlpito. Foto 9, Foto 10, Foto 11, Foto 12, Foto 13

Quando a igreja foi construída, no portal estariam representados três santos, dois laterais e um por cima da porta. Repara, além da base para assentar as imagens, numa espécie de pequeno “telhado” a que chamamos dossel. Sobretudo, o central merece ser olhado com atenção. Foto 14, Foto 15, Foto 16

A pedra de que é feito o portal, o calcário, não é muito resistente e foi-se degradando com o passar dos séculos. No século XX algumas partes estavam completamente destruídas e foi preciso fazer o seu restauro (1979), voltando a dar-lhe um aspecto semelhante ao que teria no final do século XV. Foto 17, Foto 18, Foto 19

A marcar o centro da igreja está a imagem de um guerreiro. Está equipado para combater, com lança, elmo (capacete) e couraça (armadura), como um soldado do século XV. Foto 20

Hoje não reparamos nele, porque saber as horas certas é uma coisa simples, basta ver no relógio ou no telemóvel, mas no século XV não era assim. Então, o relógio de sol da igreja, na esquina da rua de S. João, era de toda a utilidade para os habitantes de Tomar. Foto 21, Foto 22

Para dar mais luz à igreja, no século XIX (1875) abriram-se duas janelas a imitar o estilo gótico. Como a fotografia já tinha sido inventada, podemos hoje ver essas janelas, então acabadas de colocar, e que ali estiveram até aos primeiros anos do século XX. Foto 23, Foto 24, Foto 25

A torre começou a ser construída na segunda metade do século XV, com as obras iniciadas por D. Fernando, o pai do rei D. Manuel I. Os trabalhos só ficaram concluídos já no tempo deste rei, no princípio do século XVI (1511). Foto 26, Foto 27

Por baixo dos sinos está um relógio que veio do castelo, no tempo de D. João III (1523). Nos cantos superiores surgem duas caras, uma feminina outra masculina, em baixo estão representadas duas caveiras. Estas imagens representam o tempo que não pára de correr, entre a vida e a morte. Foto 28, Foto 29

Os emblemas com que o rei D. Manuel se fazia representar estão espalhados por toda a cidade, para já não falar no Convento de Cristo. Como sabes, estes símbolos eram a esfera armilar (que continua representada na nossa bandeira), a cruz de Cristo e o escudo real. Se reparares bem, a cruz de Cristo representada na torre, tem qualquer coisa de diferente. Foto 30, Foto 31, Foto 32, Foto 33

Junto à base da torre, estão metidas na parede duas pedras esculpidas que são, claramente, mais antigas que a igreja. Na maior estão representados, frente a frente, um cão e um leão, separados por uma flor-de-lis. Foto 34, Foto 35

A outra pedra, apesar de muito gasta pelo tempo, não levanta tantas dúvidas. Representa um leão e seria o pé ou apoio de um antigo túmulo. Foto 36, Foto 37

Na parede sul está o portal mais antigo da igreja e aquele que é menos conhecido. Esta entrada foi feita durante as obras realizadas na época do Infante D. Henrique e é o único vestígio que sobra desse tempo. Foto 38 Por serem da mesma época e estilo, o gótico, o portal sul de S. João apresenta grandes semelhanças com o do claustro da Lavagem. Foto 39, Foto 40, Foto 41, Foto 42

Na parede norte, a que dá para a Corredoura, está um portal do princípio do século XVI. Foto 43, Foto 44, Foto 45 Do lado de fora, a desenhar o rectângulo do portal, estão duas colunas torcidas, iguais às do pórtico da igreja manuelina doConvento. Foto 46, Foto 47, Foto 48

Ao centro do pórtico, sob a cruz de Cristo, podes ver o brasão real. Repara que este está incompleto, porque lhe falta a coroa. É isso que o torna diferente e lhe dá uma história para contar… Foto 49, Foto 50, Foto 51

O friso, que está logo por cima da cruz de Cristo, é o “filme” mais antigo sobre Tomar e conta a história da fundação da cidade, Foto 52, Foto 53, Foto 54, Foto 55, Foto 56, Foto 57, Foto 58, Foto 59, Foto 60, Foto 61

Podes voltar a ver esta história representada no interior da igreja, no segundo capitel do lado sul. Lá vais encontrar mais pormenores sobre esta famosa caçada do século XII, aqui “filmada” neste friso do século XVI.