Tomar
 
 
Custódia de Belém. Gil Vicente, 1506. Museu Nacional ...
 

Pensa-se que Gil Vicente, o criador do teatro português, teria a profissão de ourives e a ele é atribuída a autoria da famosa custódia de Belém, a mais bela peça de ourivesaria do tempo dos Descobrimentos. Foto 1

Mestre Gil teve uma forte ligação a Tomar, na sua qualidade de ourives, porque D. Manuel o nomeou fiscal de todas as obras de ouro e prata do Convento de Cristo. Curioso é essa passagem por Tomar e pelo Convento ter acontecido quando era construída a famosa janela do Capítulo, uma jóia de ouro feita em pedra.

No tempo que por cá permaneceu, Gil Vicente inspirou-se na nossa cidade para escrever um dos seus autos mais conhecidos: a Farsa de Inês Pereira. A peça, que foi representada pela primeira vez no Convento de Cristo, para D. João III, conta-nos as aventuras de uma tomarense do século XVI, tão bonita como cabeça no ar. Foto 2

Inês tinha dois namorados: um, sério e trabalhador, mas calado e antiquado; o outro era um doidivanas, mas bom dançarino e cantor. Pois claro que Inês escolheu o mais divertido para se casar. Porém, o que escolheu para seu marido era muito ciumento e violento, batendo-lhe e fechando-a a sete chaves. A pobre Inês queria festa e acabou presa.

Valeu-lhe que o marido era escudeiro, o que o obrigou a partir para a guerra no norte de África, onde morreu em combate contra os mouros. Inês Pereira pouco sentiu a viuvez e não tardou a casar com o seu primeiro pretendente. Os ciúmes e as sovas tinham-lhe servido de lição.

Àqueles que estranhavam a sua nova atitude, dizia: “Antes quero asno que me leve do que cavalo que me derrube”. Foto 3

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